No meu olhar vive a minha alma, calma, a minha saudade do que me fez e faz feliz, e mais do que tudo isso, o meu amor.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Alguns Amores vão e vêm, mas nunca vêm em vão






Pela manhã acordei com uma imagem partilhada pela minha amiga (filhota emprestada) Ariane na minha timeline, a frase da mesma era:

Alguns Amores vão e vêm, mas nunca vêm em vão

Não resisti e acabei escrevendo o que aqui vou partilhar

 O nosso Português (a língua) tem um jeitinho só dele de nos dizer direito o que muitas vezes não queremos ouvir.

O dia dos namorados em Portugal começou na minha adolescência, antes ou ninguém amava ou amava todos os dias no seu jeito sossegado ou não de ser. E ai começou a pressão/ melancolia do peso de ter namorado(a) ou não, de ter tido no ano anterior ou nunca ter tido, etc.

Nada disto faz sentido, sentimentos e frustrações jogadas à toa, o amor não se alimenta de um dia, ou se dá tudo num dia e se deixa na prateleira por o resto do ano, o amor dá trabalho, tanto como a nossa decisão de o fazer resultar e sentimentos pelo outro, não existe amor só pela metade, ou o amor egoísta, existe sim pessoas que se amam demais e aos outros de menos, os que amam tanto o outro e se amam tão pouco que se esquecem deles próprios, dos que acham que o amor se encontra agarrado ao dever de possuir o outro.

O erro de dizer és minha ou sou teu. Ninguém é de ninguém, nem deveria ser, só livres e conscientes do valor que temos, do que queremos, e acima de tudo, do valor que aquela relação e pessoa tem para o nosso equilíbrio e felicidade é que podemos construir um futuro a dois.

Outro erro comum é que para muitos o esforço fica a meio, como se o viver junto ou casar fosse o objetivo final da relação. O objetivo final é o crescimento pessoal e do casal, o passar as alegrias e dificuldades mantendo sempre em vista o que é importante, o todo, não uma parte. E sempre ter presente antes de proferir uma frase mais agreste se é mesmo necessário e se será a única solução, é colocar-se só por um momento no lugar do outro e tentar entender porque age assim, se sente inseguro ou de um jeito diferente do nosso, e se necessário dar-lhe o espaço ou o abraço que necessita. O olhar o outro pelos olhos do amor mais do que procurar nele o que tem de menos bom ou nos irrita, aceitando-o e elogiando o que tem de melhor, nunca, mas nunca tentando o mudar (quem se pode mudar é o outro e por opção própria). É de jeito calmo e construtivo conversar com o outro e criar estratégias para corrigir o que não vai bem e ter a coragem de fazer a sua parte para que resulte. É o valorizar cada momento e conquista conjunta ou pessoal. E principalmente: ter amor, confiança, compaixão/compreensão, saber pedir desculpa na hora certa e aprender a perdoar.

Tanta coisa ainda faltaria dizer mas, acho que entendeste tudo.

Acredito que o amor se constrói a cada dia, a cada momento em que entregas ao outro mais um pouco de amor, honestidade, confiança, partilha e cumplicidade, do jeito como quando sorris de um erro dele porque te lembras de uns dos teus, do bem que se sente o coração quando ao fim de um dia menos bom o que queres é mesmo contar tudo e abraçar o ser que faz parar o mundo lá fora, nem que seja só por um minuto ou dois. O amor só acaba quando um (ou ambos, mas um normalmente o faz primeiro) deixa de trabalhar na relação, de a ter como um dos seus objetivos e em certa altura o outro depois de tanto tentar, muitas vezes já cansado, sem esperança e dorido acaba por desistir. Sim, o verdadeiro Amor quando morre, não bem que morre, mais que adormece, se vai de mansinho, sem glória. Tenho a noção que nesse sentido errei, sofri, cansei, bati no fundo, me curei e no meio tempo o meu coração adormeceu (Nem todos os amores morrem/adormecem para sempre, acredito que muitos seria questão de os reacender, de querer mais uma vez tentar, principalmente se o passo fosse dado por quem primeiramente desistiu). Nunca amei tanto, tanta gente, mas nunca desde a minha adolescência, no sentido romântico amei tão pouco como neste momento. Admiro e fico contente por existirem os amores felizes, dos casais que trabalham para os manter saudáveis, fortes e com objetivos, acredito no direito e possibilidade de viver um, respeitando o tempo e o sentir do meu coração no novo eu que me tornei.