No meu olhar vive a minha alma, calma, a minha saudade do que me fez e faz feliz, e mais do que tudo isso, o meu amor.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Impossível, não .... para quem não conhece o que a palavra significa


Hoje o blogue faz dois anos, dois anos de um percurso nem sempre fácil, e muitas vezes até um pouco tortuoso, com alguns abandonos da minha parte.

Mesmo nas alturas em que me remetia ao silencio, em que o deixava por meses, uma coisa era clara para mim, eu não queria desistir, eu queria muito voltar a escrever.

Sendo hoje o dia do aniversário do blogue, poderia ter feito este post com tempo e de uma forma mais cuidada, mas ontem foi o dia de aniversário da minha pagina no facebook, o que me levou a fazer um post sobre o primeiro aniversário da Página "Graceful light", e da experiência que tinha sido geri-la durante este ano. Logo como diz o ditado antigo, deixei tudo para a ultima.

No entanto, o que tenho para contar, é uma linda história de amor, ainda mais linda pela perseverança do jovem casal.

Desde 2011 acompanho um casal de cegonhas, leu bem, Cegonhas. Vejo-as várias vezes no percurso para o meu trabalho. Sigo-as desde o dia que decidiram construir o ninho numa torre de comunicações da PT, num local que eu pensei ser impossível, e acho que a natureza também, porque no inicio da construção do ninho, por diversas vezes o mau tempo deitou todos os ramos, que eles pacientemente tinham levado para o ninho, ao chão.

Um ser humano teria desistido à primeira contrariedade, aceitando a noção de impossibilidade. Talvez tenha sido essa a razão porque numa limpeza à torre destruíram-lhes novamente o ninho.
Iriam eles desistir desta vez, não,  parecia que nada os poderia deter, recomeçaram de novo, seguindo o apelo da sua natureza, a necessidade de construir um lar e dar vida a novas gerações.

Ontem, ao olhar para o ninho, agora enorme, que laboriosamente construíram durante estes dois anos, lembrei-me do quanto eu achava, no inicio, que seria impossível, do quanto me entristeceu ver aqueles pauzinhos por diversas vezes no chão durante o verão invernoso de 2011, acreditando que nesse ano eles não poderiam reproduzir-se e provavelmente no ano seguinte escolheriam outro lugar.
Incrivelmente, contra tudo e todos, eles tinham conseguido e ali estavam, majestosos, olhando uma das mais belas paisagens da Vila de Benavente, como adoraria subir aquela torre para poder só por uns minutos desfrutar daquela vista tão linda.

Durante estes anos, assisti ao mais árduo trabalho, às mais lindas e sentidas serenatas (parecem castanholas, pois eles abrem os bicos e os fecham com tal velocidade que lembram este instrumento musical), aos mais belos bailados, e embora não tenha a certeza disso, a novas gerações, e digo que não tenho a certeza, pois já os vejo grandes, mas duvido que um casal aceite em seu ninho um ou mais elementos que não sejam seus descendentes.

Adoro observar animais, especialmente aves, pelo que tenho visto, acredito que a maioria das cegonhas estão a preparar/começar a sua migração para Sul, ontem eram mais de 50 voando e dançando num espectáculo imponente e lindíssimo. Nunca tinha visto nada assim, foi um quadro quase surreal de fim de tarde, que deve ter confirmado a quem me viu que eu não sou muito normal, pois embora continuasse a andar, os meus olhos não conseguiam se desprender dos céus.

Quando era pequena, acreditávamos que todas as cegonhas partiam, houve mesmo uma altura que devido aos pesticidas pensamos que iriam desaparecer, mas hoje elas recuperaram o seu domínio e contrariamente ao que supúnhamos algumas optam por ficar (o casal que conheço parece ser um deles), e passar connosco os momentos mais duros do Inverno..

Hoje lamento não ter fotografado a construção do ninho, mês após mês, mas pretendo tirar uma foto em breve para colocar neste post. Sou abençoada, por os poder observar, sou ainda mais abençoada por receber os seus ensinamentos a cada novo dia. Nada fazendo com vista a um reconhecimento, diariamente, são a prova viva do sucesso e da superação perante qualquer dificuldade com que se confrontem, mantendo-se juntos e cooperantes, por um bem maior, a sua preservação e a da sua espécie.

A palavra impossível foi criada pelos humanos, não existe na natureza, deveríamos bani-la para permitir aos nossos filhos, a construção de sonhos reais. A nossa sociedade, cada vez mais afastada da natureza, cria os seus filhos enchendo-os de medos e de impossíveis, cortando a cada nova geração um pouco mais as asas para voar, não nos apercebendo que com isso, limitamos a humanidade e de igual modo a nossa sobrevivência neste planeta lindo.
Muitas doenças colocadas no raio das doenças de défice de atenção não são mais do que falta de usar a imensa energia de uma criança para jogos criativos ou de desgaste, gostamos de os ter fechados, entretidos a ver um filme, seguros no aconchego de um lar. Como seriamos nós, se os nossos pais nos tivessem dado quase tudo e colocado numa gaiola dourada? Teríamos sido felizes?, teríamos tantas memorias para contar? Muitos devido ao cansaço do dia a dia, ou por qualquer outra razão, destituíram-se da função de educadores e deixam que a babá televisão, ou os filmes de animação o façam por nós.

Com o meu amigo casal de cegonhas, aprendi a mais incrível lição de persistência, compromisso e união. Aprendi que quando o desejo é a razão das nossas vidas, não existem impossíveis.
Para este casal, existe a certeza do hoje, nada sabem da incerteza do amanhã, são os donos de uma torre de comunicações com uma vista para toda a Vila e outra para a lezíria onde os cavalos ou as ovelhas vão pastar. São ricos em liberdade, na confiança diária do alimento e na certeza da necessidade de criar uma nova geração a cada ano.

 Seguindo os seus ensinamentos, o blogue mantém-se, e tudo farei para aumentar as postagens e os conteúdos partilhados, sendo que nada é impossível, irei aqui espalhar as sementes dos meus sonhos, regá-las com nuvens de esperança, adubá-las com arco iris de alegria e aguardar pacientemente pelo desenrolar de uma nova vida, a vida que eu desejo viver.

Obrigado por ao longo destes dois anos terem estado desse lado, escrever para vós tem sido um prazer, na verdade, são inúmeras as vezes que ao fazê-lo acabo a sorrir ou rir. Bem Hajam.



quarta-feira, 31 de julho de 2013

Gratidão é o sentimento que estou a trabalhar dentro de mim em 2013



Se me pedissem para escolher um sentimento que mais defina o que eu estou sentindo nos últimos tempos, esse sentimento é Gratidão

Sou grata pelo que a vida tem-me dado, pelos que fazem parte da minha família e/ou grupo de amigos.

Todos levemente aceitamos que temos muito porque agradecer a Deus, ao Universo, às pessoas que nos ajudam, mas basta um momento menos bom e logo o esquecemos. Colecionamos muitas vezes os maus momentos, e esquecemos os bons que nos aquecem o coração e o enchem de amor e felicidade.

Depois do tão desejado fim de semana numa praia linda e um mar sensacional, mais do que nunca e esquecendo que o meu portátil está ainda a formatar e o computador que estou a usar se desliga mais do que trabalha, que devido a um problema com o distribuidor do gás durante dois dias não tivemos gás em casa, que agora que temos o esquentador recusa-se a trabalhar e que a máquina de lavar, lava a roupinha toda mas embirra de não a querer devolver, sendo preciso rezar para que o faça cada vez que tento novamente escorrer a roupa (e se no caso do esquentador o mesmo é bem velhinho e tem as suas manias, a máquina só está na minha casa no máximo desde de 2008-2009), mesmo assim sinto-me feliz e grata pelo que vai correndo bem.

E não é que só agora o tenha notado, já vem de trás, mas cada vez mais quando vejo alguém numa situação que eu não gostaria de experienciar na minha vida, eu lhe desejo todo o bem e agradeço a Deus a minha vida. Ontem foi um desses dias em que mais uma vez, Deus me mostrou o quanto abençoada eu sou.

Tendo ido a Lisboa para uma consulta, acabei indo comprar uma fruta, pois teria de esperar, não sabia a que horas poderia voltar, e no entretanto, poderia sentir fome, escolhi a minha fruta e na hora de pagar, dei pela presença à minha frente de três mulheres que me pareceram ser de leste, todas levavam alguns alimentos e era visível o desconforto na hora de pagar, não sabendo se o dinheiro que tinham juntado chegaria, a ultima era bem jovem e muito bonita, mas não foi isso que me chamou à atenção, mas sim a simpatia dela com o casal de chineses que estava na minha frente e o seu sorriso. Mas quando chegou à hora de pagar, notei nela o mesmo nervoso e o medo que o dinheiro não chegasse, decidi que se tal acontecesse eu pagaria o resto, não foi necessário ainda sobraram uns cêntimos, mas se estivesse na fila a seguir a ela teria pago a sua conta, ainda mais quando à semelhança das anteriores a vi ir buscar as suas coisas, pedaços de madeira e restos que poderiam ser uteis para cozinhar ou viver. Sabendo quantas destas mulheres são obrigadas a viver da mendicidade, que são exploradas, senti que entre a sua vida e a minha só existia uma pequena diferença, mais uma vez eu tinha sido poupada, eu tinha uma casa para onde voltar, um emprego, uma vida menos dura, mas olhando os seus olhos eu não vi nada que me diferenciasse dela.

Antes pelo contrário, pareceu-me limpa, educada e de certo modo feliz, até ao momento de pagar e por aos ombros um saco que pouco menos deveria pesar do que ela.

Pensei que se a visse ao sair lhe daria algum dinheiro, mas tal mão aconteceu. Lamento mais por mim do que por ela, queria ter tornado o seu dia mais leve, queria-lhe ter dado um pedacinho de esperança.

Queria ter retribuído um nadinha a Deus tudo o que me tem dado na sua bondade.

Mas a minha lição de humildade, nunca termina quando se trata de ir a um hospital, ainda mais já tendo perdido a minha mãe, sei quantas orações, esperanças e lagrimas são partilhados nestes locais.

Ontem não foi exceção, a dor dos outros toca-nos, faz-nos sentir um milagre com prazo de validade, e o quanto fragil somos ou aqueles que amamos.
A vida só faz sentido se for vivida por e dando amor. Sempre peço a Deus por aqueles que cruzam a minha vida, mesmo os que não conheço e parecem disso necessitar, sempre peço pelos que me parecem muito felizes para que possam continuar, porque eu sei que só estes gestos de amor, podem mudar a nossa realidade e de quem está ao nosso redor, e custa tão pouco, são gestos tão simples que o outro nem tem de saber ou notar.

Existe um movimento global, existe até um filme sobre isso, Pay it forward, que se trata de gestos de ajuda a estranhos, como o que queria fazer aquela jovem, como sempre faço quando posso, e sei que tantas pessoas o fazem, não para que Deus nos dê em dobro, mas porque simplesmente é tão bom fazer alguém feliz.

Na próxima vez contarei aqui algumas pessoas que me fizeram bem nos últimos dias e pelo qual estou muito grata.

Bem hajam, e façam o favor de deixar o vosso coração sentir o carinho que vos envio e a gratidão que sinto por lerem o que escrevo. Muito obrigado
 
 

 

 

 
 

 

 

sexta-feira, 26 de julho de 2013

E a praia ali tão perto


 
 
Desde pequena que a visão do mar, o sentir a água salgada ao redor do meu corpo é para mim,  a melhor conexão ao Universo, foi durante muitos anos a unica maneira de me abstrair de tudo e sentir o pulsar da terra no coração do mar.
Nunca soube como meditar, o meu pensamento sempre foi veloz, selvagem e indomavel, mas se de meditação não se tratava estaria muito perto disso. Sempre adorei água, e sinto imenso a falta de um passeio à beira mar, do tocar as ondas, mesmo no Inverno.
 
Nunca vivi perto do mar, vivi sempre mais perto de rios onde não convem nadar. Mas na minha infancia e adolescencia, vivendo em Lisboa, as praias da linha de Cascais e mais tarde da Costa estavam ali tão perto e eu desfrutava de uma boa epoca balnear. 
Cheguei a passar férias em colonias ou no Inatel, que devido a ser tão nova nem sei bem o local onde ficavam, só sei uma coisa, eu adorava, passava o ano inteiro esperando por aqueles dias, e adorando mar, só saía de lá completamente gelada e enrugada e só pelo tempo suficiente para comer, me secar um pouco e aquecer.
 
A minha mãe não sabia nadar, mas confiando que eu tinha nascido com as qualidades de natação que o meu pai tinha, nunca se preocupou muito, mesmo quando só já via um ponto à distância. Era tão boa aquela liberdade e solidão vendo a praia lá do longe e só, aproveitando para no equilibrio da agua descansar, sempre conseguir boiar de qualquer jeito, não precisando de ficar deitada, logo ficava lá relaxando e descansando até achar que era hora de voltar.
Começando no final da minha adolescencia a trabalhar nas férias, numa fabrica perto do local onde nasci, comecei a perder este contato com o meu amigo mar, depois veio a faculdade e os exames, finalmente o casamento e viver bem mais longe do mar.
 
Sinto falta do meu mar, sinto tanta falta desses momentos, tanto, tanto ... que quando um casal nosso amigo nos convidou para irmos passar o fim-de-semana com eles a Portimão, só consegui pensar, sim eu quero ir, eu só fui a Lagos e por três dias à "seculos" atrás, eu quero levar a minha filha lá, eu quero sentir o mar, e a partir daquele momento, eu só via praia e sentia o quanto eu adoro lá estar.
Eu vou para estar com os meus amigos, mas só consigo sentir a sensação da água salgada ao meu redor, ou na visão do mar... incrivelmente tudo está quase certo, em poucos tempo iremos em rumo a Portimão. Chegaremos tarde, mas amanhã assim que poder, quero sentir a areia debaixo dos pés, o sol beijando a minha pele, e a água salgada me acariciando como que dizendo, finalmente voltaste, relaxa temos tanto para te contar.
Sei que não o poderei fazer como antigamente, a minha filhota irá comigo, e ela não trata o mar como amigo como eu, terei de estar do seu lado, vigilante, mas mesmo assim, brincando com o meu amigo Mar.
Bom fim de semana, eu espero que o meu fim de semana seja excelente e revigorante. Tudo de bom
 

 

terça-feira, 23 de julho de 2013

Músicas que marcam nossa vida

 Against all odds




   Existem músicas que sem uma razão concreta escolhemos para os momentos mais difíceis (e por oposição, também o fazemos nos melhores) da nossa vida.
   No Verão de 1985, esta foi a música que me acompanhou quando o meu namoro terminou pela primeira vez, era tudo o que eu lhe queria dizer e não podia, que sem ele só existia uma vazio e o queria de volta. Dois anos atrás, e num sentido algo diferente, a mesma música povoou a minha alma, quando situações da vida fizeram outra pessoa, que me era muito especial, se distanciar de mim.

    Em 1985, o meu namorado, meu ex-marido, era a pessoa que eu amava perdidamente, não existia homem nenhum para além dele para mim, o resto eram amigos e/ou anjos (no sentido de não terem sexo), quantas vezes as minha amigas implicavam por chamarem à atenção de que estava ali um homem bonito e eu não via nada, no meu mundo de homem-mulher, só ele existia. Mas esse grande amor era algo bem mais ao tipo adolescente, mais fisico e hormonal, sendo a atração o que provavelmente nos levou a manter uma relação amorosa por tanto tempo, eramos quase opostos em tudo na vida. Acredito, que foi isso que o nosso amor não superou, tanto desencontro e diferença, o querer mudar o outro por não o entender, o dar e não ser entendido.

   Durante muitos anos julguei que ele não me amava, mas que eu poderia amar o suficientemente pelos dois, devo tê-lo feito sentir-se miseravelmente mal, querendo que ele me entendesse, visse o meu real eu, mostrando inúmeras vezes porque achava que ele não me entendia e/ou amava, suplicando a sua atenção, e nesse entretanto o deixando mais frio e distante de mim, e sem saber como agir para mudar a situação.  
    Quanto lamento e tempo perdido, mais do que ele me amar ou não, quem na verdade não se amava era eu. Houve momentos em que nos magoamos mutuamente, numa incapacidade total de comunicação, grandes desentendimentos nascidos de situações sem qualquer valor ou sentido. Só entendi e compreendi o seu tipo de amor há poucos anos atrás, e para isso, teve que existir alguém para me acordar para outra visão da realidade, para me conseguir mostrar que no papel de vitima e mal amada, só eu tinha a perder.

   Sempre reconheci o que de bom havia no meu ex-marido, o seu amor pela nossa filha. O seu carinho e cuidado, mesmo que do seu jeito, por nós. Sempre lutei para que as nossas diferenças não interferissem na sua relação com a nossa filha, sempre busquei o entendimento e a compreensão, mas sem a boa vontade da sua parte, isso não passaria só de um desejo, não seria uma realidade. Vejo nele, mais do que tudo, alguém que nunca desistiu de se manter ao nosso lado, de ajudar quando pedi, um amigo e alguém que nunca deixarei de amar.

   Como disse noutro post atrás, não acredito em amores que morrem, quando são amores de verdade, acredito sim que existem amores que adormecem, que deixam de lutar, pelo medo de uma nova deceção, de uma nova dor, ou por acharem que só assim se podem conseguir entender e de algum modo permanecer ligados para sempre.

   A segunda vez que escolhi esta música, fi-lo não porque se ouvia constantemente, mas porque, estava ligada a algo que estava a viver e dizia tudo o que sentia no campo emocional. A pessoa com quem eu tinha-me habituado a partilhar tudo, que, com a sua atenção e bondade me tinha levado a abrir a minha caixa de pandora, ensinado a ver-me através dos olhos de outro alguém, e a descobrir em mim partes que eu nunca tinha dado valor, estava-se retirando da minha vida. 
Na minha mania de estar certa, sumariamente numa situação o julguei, e lancei mão de todo o meu sarcasmo para o magoar, claro que isso não foi tudo, mas essa foi a gota final. E como o compreendo...
Perdi mais que tudo, alguém com o qual tinha uma forte conexão espiritual, um forte carinho/amor e em quem confiava. Considero, ter sido a pessoa que me conhecia e/ou entendia melhor depois da minha filha,  que me incentivava a dar o meu melhor, que era capaz de me ouvir, e no fim emitir a sua opinião masculina, alguém que vivendo uma realidade completamente diferente e distante da minha sempre me respeitou e muito me ensinou. Foi esta interação a grande razão para questionar a minha vida e para que iniciasse a mudança da visão que tinha dos outros, de mim e do mundo.

   Sinto-me muito grata por Deus me dado a oportunidade de conhecer essa pessoa, pois de um jeito só Dele, me deu a possibilidade de entender, curar e perdoar o meu passado, de manter comigo quase todos aqueles a quem quero muito bem, digo quase, pois para ser perfeito, eu o teria mantido a ele, não somente como um amigo silencioso, mas como um amigo que partilhasse comigo os seus e os meus dias como antigamente. Talvez exista ai mais uma lição por aprender, mas continuo a deixá-la para depois, numa eterna esperança, de que um dia ele consiga ver que a nossa amizade se sobrepõem a tudo o resto, pois uma ligação de almas nunca morre. 
Como o sei? A vida nos seus desencontros, fez-me perder o meu melhor amigo de juventude, já passaram mais de vinte anos e nada sei dele, mas lembro-me dele frequentemente e lhe desejo todo o bem. Nesta era da internet, e adorando ele, naqueles tempos o spectrum, seria de pensar que numa simples pesquisa o encontraria, mas até hoje nada.

   Hoje, apeteceu-me novamente ouvir esta música, e recordar duas pessoas que ao seu jeito muito ajudaram na construção de quem eu hoje sou, e nesse relembrar, acabei recordando outra, também muito importante, e que espero, um dia a vida me traga de volta. 
Como um verdadeiro amor, a verdadeira amizade nunca morre, simplesmente espera uma oportunidade para cruzar o tempo e nos fazer sentir, em meia dúzia de palavras, que os sentimentos são os mesmos e todos os anos passados, podem ser postos em dia entre sorrisos cúmplices e recordações.


    

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Quando alguém que não conhecemos mexe connosco




      Será que, um dia os cientistas irão descobrir, porque alguém que não conhecemos, com o qual mal falamos, nem queremos propriamente ter algo a ver, ainda mais se esse alguém, estiver de algum modo comprometido, mexe connosco, e nos deixa, sem conseguir dizer duas frase conexas e com algum sentido, quando estamos na sua presença?

     Sempre considerei que isso se devia a ser tímida, era uma boa desculpa, mas não a verdade, existem pessoas que acordam o nosso Eu ancestral, seja por ser um aviso de perigo, ficando à alerta, seja porque algo em nós é desperto pela sua presença, mas no sentido positivo. Um aviso tão potente, uma libertação tão forte de adernalina, que por momentos o cerebro pára, o coração dispara, e sentimos uma sensação estranha na barriga.

     É mais estranho ainda, quando perdida nos meus pensamentos, veio-me à memória um momento recente em que uma dessas pessoas ao passar me deu os bons dias e eu respondi numa língua irreconhecível até para mim, (tal foi a atrapalhação),  e quando me volto, dou de caras com o próprio, e um dejá vu da cena anterior quase que acontece, digo quase, porque desta vez, algo quase parecido com Português saiu da minha boca.


     Diria que o destino brinca, se do destino se tratasse, eu acredito na lei da atração, mas se for mais confortável, nas coincidências da vida. Saí de lá me sentindo uma idiota, e meio adolescente, embora que saiba que não é verdade, muitas vezes uma pessoa nos conduz a recordações de outra, nos trás um lado familiar, que muito queremos voltar a sentir. Outra justificação, é o famoso mistério que desde sempre atraiu o sexo feminino, a ideia de que aquela pessoa não é comum e isso nos fascina, imaginamos-o vivendo uma história, (achamos nós), completamente diferente, acreditamos que pode ter algo a nos ensinar, ou um  quê de romance das mil e uma noites, de selvagem, sedução ou aventura. Outra ainda, poderá ser a justificação de cariz sexual, uma atração física... E podíamos ir continuando a divagar por aí ...justificações não faltam... mas certezas nas respostas, poucas, que tal um misto de todas as anteriores justificações e ainda um pouco mais.

    Todos, algum dia já sentimos isto, eu mesma, algumas vezes, nunca completamente igual, mas a mesma reação, e nunca passou disso mesmo, nunca lhe dei muita atenção, terá sido um erro? Quem sabe... somos tão ensinados a racionalizar tudo que evitamos as mais primitivas e naturais reações do nosso eu interior.


    Sinceramente, não sei se desejo saber mais, será provavelmente uma pessoa interessante, com algo que me fascina, e que mexe comigo, definitivamente! .... Mas ... se algo aprendi nesta minha vida, é que existem coisas que mais vale deixar no mistério,, na interrogação ... quantas pessoas não são bem mais interessantes e fascinantes com uma capa de mistério do que na nudez da realidade.
Não somos perfeitos, mas na imaginação do outro podemos sempre por algum tempo o ser.

    Existe um alguém povoando os meus acasos, e me fazendo agir como adolescente, espero que ele nem o note, apesar do meu corar e linguagem incongruente. Não sei quanto tempo isto poderá durar, nem me importa, na vida tudo o que mexe positivamente connosco e nos faz sentir novamente jovens, deve ser preservado com um sorriso, nem que seja pela figura  idiota que acabámos de fazer.

   Obrigado pelo vosso tempo para ler este cantinho Bem hajam e que Deus vos ilumine no vosso caminho.
Se quiserem partilhar alguma história algo igual ou nada a ver, será um prazer :)






segunda-feira, 24 de junho de 2013

My Beloved



My Beloved


Do I know who you are?
Have I ever crossed your path?
Have I ever said your name?
Do I already know your appearance?

Following the guides of love

I announced to the Universe
with God's Blessing
the being you are,
what I love in you,
what I respect in you
and in you I desire.
I know you chose me
as I chose you,
in an unconscious desire
of connection
And the answer came
in this passion that feeds us
the guiding principle that leads me
in this dance of love until you
Regardless of this,
the distance or the time,
But and only our love

My beloved,

Solely ...
I know that I want and love you,
That my soul recognizes
our spiritual connection
yearning for this sharing
and the discovery of you
That my body wakes
on essence of desire of this love
and even knowing that you are not present
already dwellest within me.
That in your inmost you already know me,
that you write what I feel,
into words that you want to say to me.
That without touching you touch me,
when you are sleeping in your bed
when my image
introduce in your dreams
as well as your voice warm and intoxicating
whispers in mine

My Beloved

Your wish is my wish,
Your desire is my desire
Your pain is my pain
Your pleasure is my pleasure
not because I belong to you.
nor that I own you
but because together
we are not you and I,
but we
a share of all
in a consensual freedom
in a continuous growth
that gives meaning and reason to life.
My beloved I Love You



Meu Amado,

Saberei eu quem tu és?
Já me terei cruzado contigo?
Já terei dito o teu nome?
Já conhecerei o teu olhar?

Seguindo os guias do amor
Enunciei ao Universo
com a Benção de Deus
o ser que tu és, 
o que em ti amo, 
o que em ti respeito, 
e em ti desejo.
Sei que me escolheste 
como eu te escolhi,
num desejo inconsciente
de conexão
E em resposta veio
esta paixão que nos alimenta
a linha condutora que me leva
nesta dança de amor até ti
Não importando nisso,
a distança ou o tempo, 
Mas sim e somente 
o nosso amor

Meu amado, 
Somente...
Sei que te quero e te amo, 
Que a minha alma reconhece
a nossa conexão espiritual 
ansiando por essa partilha
por a descoberta de ti
Que o meu corpo acorda
na essencia do desejo deste amor 
e que mesmo não estando presente
já habitas dentro de mim.
Que no teu intimo já me conheces
Que escreves o que eu sinto, 
em palavras que me queres dizer.
Que sem me tocares me tocas, 
ao dormires em tua cama
quando a minha imagem 
se introduz nos teus sonhos
como a tua voz quente e inebriante
sussurra nos meus

Meu Amado, 
O teu desejo é o meu desejo,
O teu querer é o meu querer
A tua dor é a minha dor
O teu prazer o meu prazer
não porque te pertença, 
ou seja dona de ti
mas porque juntos 
não somos eu e tu, 
mas sim nós
numa partilha de tudo, 
numa liberdade consentida
num crescimento continuo
que dá sentido e razão à vida.
Meu amado eu te amo

ALC to my  Beloved

To My Beloved








Meu amado, 

Hoje ofereço-te um poema 


Nunca uma rosa se abriu para não ser amada, 
mesmo a mais pequena ou singela,
de uma cor berrante ou desmaiada, 
sem odor ou perfumada,
carregada de uma beleza só dela.

Assim são as mulheres, 
encantam em sua unicidade
na suavidade de trato,
na doçura da voz,
no sorriso que irradiam
uma luz quase angelical, 
num olhar longo que seduz,
num suspiro que afaga,
num aconchego que nos prende
num amor que não se acaba

E dependendo da sua natureza,
todas elas tem magia,
usando em diferentes porções,
todas as qualidades enunciadas,
tornando-as uma obra unica,
a ser descoberta, protegida e amada.



My Beloved

Today I offer you a poem

Never has a rose opened not to be loved,
not even the smallest or simplest,
whether garish in color or faint,
odorless or scented,
endowed with a beauty of its own.

So are women,
they enchant in their uniqueness
in the smoothness of their manner,
the sweetness of their voice,
in the smile that they radiate
a light almost angelic,
in a lingering glance that seduces,
with a sigh that can bind one,

a warmth that holds us
a love that never ends

And depending on their nature,
they all have magic,
using in different portions,
all the qualities above,
each one a unique work  of art,
to be discovered , protected and loved.

A.L.C, to my Beloved

O Poema original encontra-se publicado em uma das minha páginas do facebook

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Alguns Amores vão e vêm, mas nunca vêm em vão






Pela manhã acordei com uma imagem partilhada pela minha amiga (filhota emprestada) Ariane na minha timeline, a frase da mesma era:

Alguns Amores vão e vêm, mas nunca vêm em vão

Não resisti e acabei escrevendo o que aqui vou partilhar

 O nosso Português (a língua) tem um jeitinho só dele de nos dizer direito o que muitas vezes não queremos ouvir.

O dia dos namorados em Portugal começou na minha adolescência, antes ou ninguém amava ou amava todos os dias no seu jeito sossegado ou não de ser. E ai começou a pressão/ melancolia do peso de ter namorado(a) ou não, de ter tido no ano anterior ou nunca ter tido, etc.

Nada disto faz sentido, sentimentos e frustrações jogadas à toa, o amor não se alimenta de um dia, ou se dá tudo num dia e se deixa na prateleira por o resto do ano, o amor dá trabalho, tanto como a nossa decisão de o fazer resultar e sentimentos pelo outro, não existe amor só pela metade, ou o amor egoísta, existe sim pessoas que se amam demais e aos outros de menos, os que amam tanto o outro e se amam tão pouco que se esquecem deles próprios, dos que acham que o amor se encontra agarrado ao dever de possuir o outro.

O erro de dizer és minha ou sou teu. Ninguém é de ninguém, nem deveria ser, só livres e conscientes do valor que temos, do que queremos, e acima de tudo, do valor que aquela relação e pessoa tem para o nosso equilíbrio e felicidade é que podemos construir um futuro a dois.

Outro erro comum é que para muitos o esforço fica a meio, como se o viver junto ou casar fosse o objetivo final da relação. O objetivo final é o crescimento pessoal e do casal, o passar as alegrias e dificuldades mantendo sempre em vista o que é importante, o todo, não uma parte. E sempre ter presente antes de proferir uma frase mais agreste se é mesmo necessário e se será a única solução, é colocar-se só por um momento no lugar do outro e tentar entender porque age assim, se sente inseguro ou de um jeito diferente do nosso, e se necessário dar-lhe o espaço ou o abraço que necessita. O olhar o outro pelos olhos do amor mais do que procurar nele o que tem de menos bom ou nos irrita, aceitando-o e elogiando o que tem de melhor, nunca, mas nunca tentando o mudar (quem se pode mudar é o outro e por opção própria). É de jeito calmo e construtivo conversar com o outro e criar estratégias para corrigir o que não vai bem e ter a coragem de fazer a sua parte para que resulte. É o valorizar cada momento e conquista conjunta ou pessoal. E principalmente: ter amor, confiança, compaixão/compreensão, saber pedir desculpa na hora certa e aprender a perdoar.

Tanta coisa ainda faltaria dizer mas, acho que entendeste tudo.

Acredito que o amor se constrói a cada dia, a cada momento em que entregas ao outro mais um pouco de amor, honestidade, confiança, partilha e cumplicidade, do jeito como quando sorris de um erro dele porque te lembras de uns dos teus, do bem que se sente o coração quando ao fim de um dia menos bom o que queres é mesmo contar tudo e abraçar o ser que faz parar o mundo lá fora, nem que seja só por um minuto ou dois. O amor só acaba quando um (ou ambos, mas um normalmente o faz primeiro) deixa de trabalhar na relação, de a ter como um dos seus objetivos e em certa altura o outro depois de tanto tentar, muitas vezes já cansado, sem esperança e dorido acaba por desistir. Sim, o verdadeiro Amor quando morre, não bem que morre, mais que adormece, se vai de mansinho, sem glória. Tenho a noção que nesse sentido errei, sofri, cansei, bati no fundo, me curei e no meio tempo o meu coração adormeceu (Nem todos os amores morrem/adormecem para sempre, acredito que muitos seria questão de os reacender, de querer mais uma vez tentar, principalmente se o passo fosse dado por quem primeiramente desistiu). Nunca amei tanto, tanta gente, mas nunca desde a minha adolescência, no sentido romântico amei tão pouco como neste momento. Admiro e fico contente por existirem os amores felizes, dos casais que trabalham para os manter saudáveis, fortes e com objetivos, acredito no direito e possibilidade de viver um, respeitando o tempo e o sentir do meu coração no novo eu que me tornei.