No meu olhar vive a minha alma, calma, a minha saudade do que me fez e faz feliz, e mais do que tudo isso, o meu amor.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

E um mar de paz me inundou



Chega a uma altura em que a paz/calma regressa ao nosso interior, ou ficamos a muito poucos passos de perder a razão, nesse equilíbrio inseguro que é manter a nossa estabilidade emocional.
Precisei deste tempo, sei que com ele perdi seguidores e defraudei expectativas, mas eu precisa mesmo deste tempo, e numa decisão consciente fui egoísta e me ofereci esse direito.

Para quem me conhece, o principal é saber com o me sinto, pois bem, sinto-me como quando deixei este blog há dois meses, por volta da altura que fui e voltei de Londres.
Mas atreveria-me a dizer que estou ainda um pouco melhor, pois neste momento sou abençoada com um mar de paz interior, sei e sinto que tudo o que aconteceu na ultima parte do ano de 2011 e até poucos dias atrás foi necessário, libertador e karmico. Acredito que a auto análise que aqui fiz durante o ano que passou também foi importante para esse processo, mas um acontecimento mau muitas vezes tem um enorme poder para despoletar esta limpeza interior.

Durante este meu período de quase silencio, (e depois de muitos anos sem conseguir quase chorar), chorei, fiquei tremendamente triste, com uma dor que parecia querer estilhaçar o meu coração. Tive dias que sair da cama era um sacrifício, outros em que dormir era impossível, outros ainda que ficar sozinha era assustador e a necessidade de falar com alguém essencial, outros em que o simples facto de respirar era difícil e doloroso,  outros ainda em que uma esperança e uma alegria infantil tomava o meu coração. Que faltava neste quadro? Um momento de lucidez, compreensão, aceitação, pois o perdoar aos outros e a  mim, eu tinha feito directo, sem pensar duas vezes.
No entanto, sentia algo diferente em mim, e que nesta roda viva de emoções eu não sabia bem explicar o que era. Só por acaso um dia compreendi que a diferença era que toda a dor e a magoa sobre o no meu passado tinha desaparecido, como se tivesse sido algo que sei que vivi mas que já nada queria dizer, em troca existia só uma doce sensação de paz e crescimento interior.
Nós queremos achar que perdoamos ou acreditamos que o fazemos, mas enquanto falar no assunto reabre feridas, magoas e dor, de facto isso não aconteceu.

Sou pois de novo um livro em banco, acordei para um presente liberto de todos os medos, magoas e afins do passado e isso dá-me uma leveza que leva a que embora tudo na minha vida continue igual eu me sinta muito feliz. Só não escrevi antes, porque este feliz só começou nestes últimos dias, a paz é que já está comigo há mais algum tempo. 
Não queria escrever no pior de mim, pois sei que nesses momentos dramatizamos, escrevemos mais do que queremos, numa linguagem negativa, chorosa e de auto pena, quando não o fazemos culpando todos os restantes pelo mal que nos sentimos. Sei que como disse muitas vezes sou bem mais do que aquilo que aparento ser ou os outros acreditam que sou, vivo numa constante busca de aprender a encontrar o melhor em mim e nos outros, e apesar de momentos piores em que ainda me vou abaixo, acredito em Deus, adoro a vida e tenho esperança na humanidade :D

Deixo-vos por hoje com uma música que descobri e que neste momento é quase como um mantra para mim, espero que gostem. Bem hajam.



terça-feira, 10 de janeiro de 2012

O meu aniversário





Como detesto mesmo escrever quando estou mais cinzenta, blue como dizem os Ingleses, optei por ficar no silencio. Eu escrevo imenso nessas alturas mas somente para a razão e análise do porquê de estar assim, não um tipo de escrita que deva colocar aqui.

Eu adoro estar alegre, meia tolinha mesmo, com um sorriso de orelha a orelha, só que a palerma aqui não sabe usufruir esses momentos e na maioria das vezes questiona tudo e entra em filmes que só lhe causam medos e sofrimento.

Fiquei pois em silencio, num silencio que quase todos os dia me questionava, começas hoje a escrever novamente, ou ainda não tens a vontade necessária para fazer um post mais alegre, pois aqui este meu amiguinho ultimamente andava a ficar muito deprimente. Por diversas vezes ainda comecei a escrever, mas sempre deixei os textos que comecei incompletos e nada publiquei. Talvez os termine e os publique um dia. Mas hoje, mesmo correndo o risco de deixar o post a meio aqui estou, pois é um dia muito especial para mim, o dia do meu aniversário.


Posso dizer sem mentir que a minha vida sempre andou longe de ser um mar de rosas, mas depois de passar parte do dia em Lisboa com a filhota e enquanto esperava o autocarro para regressar, a melancolia e a tristeza começaram a querer se instalar novamente. Nesse momento, a mão de Deus fez-me observar um ser humano no outro lado da rua, um ser humano com deficiência que depois de sair da farmácia tentava apanhar um táxi. Ai a minha humildade fez-me repensar os meus sentimentos, sentir-me envergonhada com as minhas queixas e agradecer a Deus a graça de tanto eu como a minha filhota sermos "normais". Foi nessa altura que deixei a realidade e pensei o quanto os meus problemas eram mínimos perante os daquela pessoa que entretanto já nem se encontrava mais do lado de lá da rua.

Para aquele ser que Deus me permitiu observar, tudo é uma luta, uma conquista, onde não existe nem pode existir a palavra desistir. Dia, após dia, com as suas limitações ele luta para levar uma vida dita normal. Só o simples facto de se mexer, vestir deve estar cheio de dificuldades, sendo feito num tempo tão longo como sofrido. E por momentos, ali estava ele em frente de mim, não se diminuindo ou remetendo à pena de si próprio mas sim lutando para fazer algo que para nós é básico e habitual, apanhar um transporte para voltar a casa após uma compra na farmácia.

Pensei então que levamos uma vida questionando se estamos bem, bonitos, bem vestidos, se conseguimos ser amados por alguém, se temos ou não temos algo que naquele momento nos parece essencial, quando aquela pessoa se podesse pedir algo somente pediria para se mover bem, para ser "normal". Nós passamos uma vida a querer ser mais que normais, queremos ser especiais e únicos, e de facto somos e poucos de nós damos valor a esse facto. Poucos, na louca vida que vivemos sabemos dar valor às pequenas conquistas que fazemos diariamente, dos milagres que recebemos todos os dias e de quanto estarmos vivos e (como dizemos) normais é uma benção.






segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Happiness Felicidade





Cada vez que tentamos construir a nossa felicidade com base naquilo que os outros nos dão, perdemos a possibilidade de nos conhecer e aceitar como somos.
De facto, a felicidade é algo intrinseco ao nosso eu, toda a felicidade que tem como base o outro é efemera e pode redundar em frustação, vazio e sofrimento. Até os nosso pensamentos e sentimentos variam numa roda viva de emoções, dependendo de como o dia decorre ou do nosso estado emocional. Quantas vezes nos decepcionamos connosco em certas fases da vida, como podemos esperar que um ser exterior, com tantos ou mais dilemas que nós se encarregue de nos tornar felizes quando nós nos recusamos a fazê-lo.

Quando construimos a nossa felicidade com base no eu, não é uma decisão egoista nem o deve ser, é sim um saber que dentro de nós existe tudo o que necessitamos para partir em busca desse sentimento que todos desejam, a felicidade.
Quantas vezes nos cruzamos na vida com pessoas que segundo a nossa visão teriam tudo para ser infelizes e nos presenteiam com o mais belo sorriso e nos falam da sua vida e dos seus com tanta alegria e amor. Essa felicidade vem da aceitação da sua vida, do encontrar o positivo da situação, da gratidão pelos milagres e bençãos que sem dar-mos conta acontecem em nós e à nossa volta.

Deviamos aprender a ser felizes e inocentes como as crianças, a alegria e felicidade depende essencialmente do quanto nos aceitamos, o quanto nos amamos a nós próprios, das nossas expectativas e como as pensamos obter. Se conseguissemos vislumbrar que cada minuto da vida nunca mais volta, que pode ser gasto sendo feliz ou não, que podemos ser vitimas do destino ou seus próprios construtores, tudo mudaria.

Quando nos sentimos donos e senhores daquele pequeno minuto e responsaveis por o tornar unico e especial, sentimo-nos poderosos, está na nossa mão, ao nosso alcançe, sorrir e dar a cada assunto a sua real importancia, conseguir interiorizar que o que o outro diz ou a forma que age não tem a ver connosco mas sim com ele e a forma como o mesmo vê e sente o mundo ao seu redor, e que que se calhar os dramas de hoje daqui a umas horas ou semanas não farão qualquer sentido.

Ouse sonhar, desejar, querer, realizar, mas a cima de tudo, seja qual for a sua situação ouse sorrir  e ouse dar, dar uma palavra amavél a um desconhecido, um sorriso a uma criança, uma ajuda a quem precise e usufrua do sentimento do bem estar da felicidade que vem de fazer o bem e dar amor, e cada um destes gestos que tanto significam em termos de carinho e aos olhos de Deus são gratuitos e livres de impostos ;). Mas mais do que tudo ouse dar a si mesmo....ouse se amar ....ouse ser feliz.



Começado a 12/01/2012, reescrito a 30/05/2012