No meu olhar vive a minha alma, calma, a minha saudade do que me fez e faz feliz, e mais do que tudo isso, o meu amor.

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Gratidão é o sentimento que estou a trabalhar dentro de mim em 2013



Se me pedissem para escolher um sentimento que mais defina o que eu estou sentindo nos últimos tempos, esse sentimento é Gratidão

Sou grata pelo que a vida tem-me dado, pelos que fazem parte da minha família e/ou grupo de amigos.

Todos levemente aceitamos que temos muito porque agradecer a Deus, ao Universo, às pessoas que nos ajudam, mas basta um momento menos bom e logo o esquecemos. Colecionamos muitas vezes os maus momentos, e esquecemos os bons que nos aquecem o coração e o enchem de amor e felicidade.

Depois do tão desejado fim de semana numa praia linda e um mar sensacional, mais do que nunca e esquecendo que o meu portátil está ainda a formatar e o computador que estou a usar se desliga mais do que trabalha, que devido a um problema com o distribuidor do gás durante dois dias não tivemos gás em casa, que agora que temos o esquentador recusa-se a trabalhar e que a máquina de lavar, lava a roupinha toda mas embirra de não a querer devolver, sendo preciso rezar para que o faça cada vez que tento novamente escorrer a roupa (e se no caso do esquentador o mesmo é bem velhinho e tem as suas manias, a máquina só está na minha casa no máximo desde de 2008-2009), mesmo assim sinto-me feliz e grata pelo que vai correndo bem.

E não é que só agora o tenha notado, já vem de trás, mas cada vez mais quando vejo alguém numa situação que eu não gostaria de experienciar na minha vida, eu lhe desejo todo o bem e agradeço a Deus a minha vida. Ontem foi um desses dias em que mais uma vez, Deus me mostrou o quanto abençoada eu sou.

Tendo ido a Lisboa para uma consulta, acabei indo comprar uma fruta, pois teria de esperar, não sabia a que horas poderia voltar, e no entretanto, poderia sentir fome, escolhi a minha fruta e na hora de pagar, dei pela presença à minha frente de três mulheres que me pareceram ser de leste, todas levavam alguns alimentos e era visível o desconforto na hora de pagar, não sabendo se o dinheiro que tinham juntado chegaria, a ultima era bem jovem e muito bonita, mas não foi isso que me chamou à atenção, mas sim a simpatia dela com o casal de chineses que estava na minha frente e o seu sorriso. Mas quando chegou à hora de pagar, notei nela o mesmo nervoso e o medo que o dinheiro não chegasse, decidi que se tal acontecesse eu pagaria o resto, não foi necessário ainda sobraram uns cêntimos, mas se estivesse na fila a seguir a ela teria pago a sua conta, ainda mais quando à semelhança das anteriores a vi ir buscar as suas coisas, pedaços de madeira e restos que poderiam ser uteis para cozinhar ou viver. Sabendo quantas destas mulheres são obrigadas a viver da mendicidade, que são exploradas, senti que entre a sua vida e a minha só existia uma pequena diferença, mais uma vez eu tinha sido poupada, eu tinha uma casa para onde voltar, um emprego, uma vida menos dura, mas olhando os seus olhos eu não vi nada que me diferenciasse dela.

Antes pelo contrário, pareceu-me limpa, educada e de certo modo feliz, até ao momento de pagar e por aos ombros um saco que pouco menos deveria pesar do que ela.

Pensei que se a visse ao sair lhe daria algum dinheiro, mas tal mão aconteceu. Lamento mais por mim do que por ela, queria ter tornado o seu dia mais leve, queria-lhe ter dado um pedacinho de esperança.

Queria ter retribuído um nadinha a Deus tudo o que me tem dado na sua bondade.

Mas a minha lição de humildade, nunca termina quando se trata de ir a um hospital, ainda mais já tendo perdido a minha mãe, sei quantas orações, esperanças e lagrimas são partilhados nestes locais.

Ontem não foi exceção, a dor dos outros toca-nos, faz-nos sentir um milagre com prazo de validade, e o quanto fragil somos ou aqueles que amamos.
A vida só faz sentido se for vivida por e dando amor. Sempre peço a Deus por aqueles que cruzam a minha vida, mesmo os que não conheço e parecem disso necessitar, sempre peço pelos que me parecem muito felizes para que possam continuar, porque eu sei que só estes gestos de amor, podem mudar a nossa realidade e de quem está ao nosso redor, e custa tão pouco, são gestos tão simples que o outro nem tem de saber ou notar.

Existe um movimento global, existe até um filme sobre isso, Pay it forward, que se trata de gestos de ajuda a estranhos, como o que queria fazer aquela jovem, como sempre faço quando posso, e sei que tantas pessoas o fazem, não para que Deus nos dê em dobro, mas porque simplesmente é tão bom fazer alguém feliz.

Na próxima vez contarei aqui algumas pessoas que me fizeram bem nos últimos dias e pelo qual estou muito grata.

Bem hajam, e façam o favor de deixar o vosso coração sentir o carinho que vos envio e a gratidão que sinto por lerem o que escrevo. Muito obrigado
 
 

 

 

 
 

 

 

sexta-feira, 26 de julho de 2013

E a praia ali tão perto


 
 
Desde pequena que a visão do mar, o sentir a água salgada ao redor do meu corpo é para mim,  a melhor conexão ao Universo, foi durante muitos anos a unica maneira de me abstrair de tudo e sentir o pulsar da terra no coração do mar.
Nunca soube como meditar, o meu pensamento sempre foi veloz, selvagem e indomavel, mas se de meditação não se tratava estaria muito perto disso. Sempre adorei água, e sinto imenso a falta de um passeio à beira mar, do tocar as ondas, mesmo no Inverno.
 
Nunca vivi perto do mar, vivi sempre mais perto de rios onde não convem nadar. Mas na minha infancia e adolescencia, vivendo em Lisboa, as praias da linha de Cascais e mais tarde da Costa estavam ali tão perto e eu desfrutava de uma boa epoca balnear. 
Cheguei a passar férias em colonias ou no Inatel, que devido a ser tão nova nem sei bem o local onde ficavam, só sei uma coisa, eu adorava, passava o ano inteiro esperando por aqueles dias, e adorando mar, só saía de lá completamente gelada e enrugada e só pelo tempo suficiente para comer, me secar um pouco e aquecer.
 
A minha mãe não sabia nadar, mas confiando que eu tinha nascido com as qualidades de natação que o meu pai tinha, nunca se preocupou muito, mesmo quando só já via um ponto à distância. Era tão boa aquela liberdade e solidão vendo a praia lá do longe e só, aproveitando para no equilibrio da agua descansar, sempre conseguir boiar de qualquer jeito, não precisando de ficar deitada, logo ficava lá relaxando e descansando até achar que era hora de voltar.
Começando no final da minha adolescencia a trabalhar nas férias, numa fabrica perto do local onde nasci, comecei a perder este contato com o meu amigo mar, depois veio a faculdade e os exames, finalmente o casamento e viver bem mais longe do mar.
 
Sinto falta do meu mar, sinto tanta falta desses momentos, tanto, tanto ... que quando um casal nosso amigo nos convidou para irmos passar o fim-de-semana com eles a Portimão, só consegui pensar, sim eu quero ir, eu só fui a Lagos e por três dias à "seculos" atrás, eu quero levar a minha filha lá, eu quero sentir o mar, e a partir daquele momento, eu só via praia e sentia o quanto eu adoro lá estar.
Eu vou para estar com os meus amigos, mas só consigo sentir a sensação da água salgada ao meu redor, ou na visão do mar... incrivelmente tudo está quase certo, em poucos tempo iremos em rumo a Portimão. Chegaremos tarde, mas amanhã assim que poder, quero sentir a areia debaixo dos pés, o sol beijando a minha pele, e a água salgada me acariciando como que dizendo, finalmente voltaste, relaxa temos tanto para te contar.
Sei que não o poderei fazer como antigamente, a minha filhota irá comigo, e ela não trata o mar como amigo como eu, terei de estar do seu lado, vigilante, mas mesmo assim, brincando com o meu amigo Mar.
Bom fim de semana, eu espero que o meu fim de semana seja excelente e revigorante. Tudo de bom
 

 

terça-feira, 23 de julho de 2013

Músicas que marcam nossa vida

 Against all odds




   Existem músicas que sem uma razão concreta escolhemos para os momentos mais difíceis (e por oposição, também o fazemos nos melhores) da nossa vida.
   No Verão de 1985, esta foi a música que me acompanhou quando o meu namoro terminou pela primeira vez, era tudo o que eu lhe queria dizer e não podia, que sem ele só existia uma vazio e o queria de volta. Dois anos atrás, e num sentido algo diferente, a mesma música povoou a minha alma, quando situações da vida fizeram outra pessoa, que me era muito especial, se distanciar de mim.

    Em 1985, o meu namorado, meu ex-marido, era a pessoa que eu amava perdidamente, não existia homem nenhum para além dele para mim, o resto eram amigos e/ou anjos (no sentido de não terem sexo), quantas vezes as minha amigas implicavam por chamarem à atenção de que estava ali um homem bonito e eu não via nada, no meu mundo de homem-mulher, só ele existia. Mas esse grande amor era algo bem mais ao tipo adolescente, mais fisico e hormonal, sendo a atração o que provavelmente nos levou a manter uma relação amorosa por tanto tempo, eramos quase opostos em tudo na vida. Acredito, que foi isso que o nosso amor não superou, tanto desencontro e diferença, o querer mudar o outro por não o entender, o dar e não ser entendido.

   Durante muitos anos julguei que ele não me amava, mas que eu poderia amar o suficientemente pelos dois, devo tê-lo feito sentir-se miseravelmente mal, querendo que ele me entendesse, visse o meu real eu, mostrando inúmeras vezes porque achava que ele não me entendia e/ou amava, suplicando a sua atenção, e nesse entretanto o deixando mais frio e distante de mim, e sem saber como agir para mudar a situação.  
    Quanto lamento e tempo perdido, mais do que ele me amar ou não, quem na verdade não se amava era eu. Houve momentos em que nos magoamos mutuamente, numa incapacidade total de comunicação, grandes desentendimentos nascidos de situações sem qualquer valor ou sentido. Só entendi e compreendi o seu tipo de amor há poucos anos atrás, e para isso, teve que existir alguém para me acordar para outra visão da realidade, para me conseguir mostrar que no papel de vitima e mal amada, só eu tinha a perder.

   Sempre reconheci o que de bom havia no meu ex-marido, o seu amor pela nossa filha. O seu carinho e cuidado, mesmo que do seu jeito, por nós. Sempre lutei para que as nossas diferenças não interferissem na sua relação com a nossa filha, sempre busquei o entendimento e a compreensão, mas sem a boa vontade da sua parte, isso não passaria só de um desejo, não seria uma realidade. Vejo nele, mais do que tudo, alguém que nunca desistiu de se manter ao nosso lado, de ajudar quando pedi, um amigo e alguém que nunca deixarei de amar.

   Como disse noutro post atrás, não acredito em amores que morrem, quando são amores de verdade, acredito sim que existem amores que adormecem, que deixam de lutar, pelo medo de uma nova deceção, de uma nova dor, ou por acharem que só assim se podem conseguir entender e de algum modo permanecer ligados para sempre.

   A segunda vez que escolhi esta música, fi-lo não porque se ouvia constantemente, mas porque, estava ligada a algo que estava a viver e dizia tudo o que sentia no campo emocional. A pessoa com quem eu tinha-me habituado a partilhar tudo, que, com a sua atenção e bondade me tinha levado a abrir a minha caixa de pandora, ensinado a ver-me através dos olhos de outro alguém, e a descobrir em mim partes que eu nunca tinha dado valor, estava-se retirando da minha vida. 
Na minha mania de estar certa, sumariamente numa situação o julguei, e lancei mão de todo o meu sarcasmo para o magoar, claro que isso não foi tudo, mas essa foi a gota final. E como o compreendo...
Perdi mais que tudo, alguém com o qual tinha uma forte conexão espiritual, um forte carinho/amor e em quem confiava. Considero, ter sido a pessoa que me conhecia e/ou entendia melhor depois da minha filha,  que me incentivava a dar o meu melhor, que era capaz de me ouvir, e no fim emitir a sua opinião masculina, alguém que vivendo uma realidade completamente diferente e distante da minha sempre me respeitou e muito me ensinou. Foi esta interação a grande razão para questionar a minha vida e para que iniciasse a mudança da visão que tinha dos outros, de mim e do mundo.

   Sinto-me muito grata por Deus me dado a oportunidade de conhecer essa pessoa, pois de um jeito só Dele, me deu a possibilidade de entender, curar e perdoar o meu passado, de manter comigo quase todos aqueles a quem quero muito bem, digo quase, pois para ser perfeito, eu o teria mantido a ele, não somente como um amigo silencioso, mas como um amigo que partilhasse comigo os seus e os meus dias como antigamente. Talvez exista ai mais uma lição por aprender, mas continuo a deixá-la para depois, numa eterna esperança, de que um dia ele consiga ver que a nossa amizade se sobrepõem a tudo o resto, pois uma ligação de almas nunca morre. 
Como o sei? A vida nos seus desencontros, fez-me perder o meu melhor amigo de juventude, já passaram mais de vinte anos e nada sei dele, mas lembro-me dele frequentemente e lhe desejo todo o bem. Nesta era da internet, e adorando ele, naqueles tempos o spectrum, seria de pensar que numa simples pesquisa o encontraria, mas até hoje nada.

   Hoje, apeteceu-me novamente ouvir esta música, e recordar duas pessoas que ao seu jeito muito ajudaram na construção de quem eu hoje sou, e nesse relembrar, acabei recordando outra, também muito importante, e que espero, um dia a vida me traga de volta. 
Como um verdadeiro amor, a verdadeira amizade nunca morre, simplesmente espera uma oportunidade para cruzar o tempo e nos fazer sentir, em meia dúzia de palavras, que os sentimentos são os mesmos e todos os anos passados, podem ser postos em dia entre sorrisos cúmplices e recordações.


    

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Quando alguém que não conhecemos mexe connosco




      Será que, um dia os cientistas irão descobrir, porque alguém que não conhecemos, com o qual mal falamos, nem queremos propriamente ter algo a ver, ainda mais se esse alguém, estiver de algum modo comprometido, mexe connosco, e nos deixa, sem conseguir dizer duas frase conexas e com algum sentido, quando estamos na sua presença?

     Sempre considerei que isso se devia a ser tímida, era uma boa desculpa, mas não a verdade, existem pessoas que acordam o nosso Eu ancestral, seja por ser um aviso de perigo, ficando à alerta, seja porque algo em nós é desperto pela sua presença, mas no sentido positivo. Um aviso tão potente, uma libertação tão forte de adernalina, que por momentos o cerebro pára, o coração dispara, e sentimos uma sensação estranha na barriga.

     É mais estranho ainda, quando perdida nos meus pensamentos, veio-me à memória um momento recente em que uma dessas pessoas ao passar me deu os bons dias e eu respondi numa língua irreconhecível até para mim, (tal foi a atrapalhação),  e quando me volto, dou de caras com o próprio, e um dejá vu da cena anterior quase que acontece, digo quase, porque desta vez, algo quase parecido com Português saiu da minha boca.


     Diria que o destino brinca, se do destino se tratasse, eu acredito na lei da atração, mas se for mais confortável, nas coincidências da vida. Saí de lá me sentindo uma idiota, e meio adolescente, embora que saiba que não é verdade, muitas vezes uma pessoa nos conduz a recordações de outra, nos trás um lado familiar, que muito queremos voltar a sentir. Outra justificação, é o famoso mistério que desde sempre atraiu o sexo feminino, a ideia de que aquela pessoa não é comum e isso nos fascina, imaginamos-o vivendo uma história, (achamos nós), completamente diferente, acreditamos que pode ter algo a nos ensinar, ou um  quê de romance das mil e uma noites, de selvagem, sedução ou aventura. Outra ainda, poderá ser a justificação de cariz sexual, uma atração física... E podíamos ir continuando a divagar por aí ...justificações não faltam... mas certezas nas respostas, poucas, que tal um misto de todas as anteriores justificações e ainda um pouco mais.

    Todos, algum dia já sentimos isto, eu mesma, algumas vezes, nunca completamente igual, mas a mesma reação, e nunca passou disso mesmo, nunca lhe dei muita atenção, terá sido um erro? Quem sabe... somos tão ensinados a racionalizar tudo que evitamos as mais primitivas e naturais reações do nosso eu interior.


    Sinceramente, não sei se desejo saber mais, será provavelmente uma pessoa interessante, com algo que me fascina, e que mexe comigo, definitivamente! .... Mas ... se algo aprendi nesta minha vida, é que existem coisas que mais vale deixar no mistério,, na interrogação ... quantas pessoas não são bem mais interessantes e fascinantes com uma capa de mistério do que na nudez da realidade.
Não somos perfeitos, mas na imaginação do outro podemos sempre por algum tempo o ser.

    Existe um alguém povoando os meus acasos, e me fazendo agir como adolescente, espero que ele nem o note, apesar do meu corar e linguagem incongruente. Não sei quanto tempo isto poderá durar, nem me importa, na vida tudo o que mexe positivamente connosco e nos faz sentir novamente jovens, deve ser preservado com um sorriso, nem que seja pela figura  idiota que acabámos de fazer.

   Obrigado pelo vosso tempo para ler este cantinho Bem hajam e que Deus vos ilumine no vosso caminho.
Se quiserem partilhar alguma história algo igual ou nada a ver, será um prazer :)