No meu olhar vive a minha alma, calma, a minha saudade do que me fez e faz feliz, e mais do que tudo isso, o meu amor.

sexta-feira, 23 de março de 2012

O novo Eu, a luta contra o Ego



Estou a tentar comprometer-me comigo própria, criar novas rotinas, encontrar o que faz sentir-me bem, me define e o caminho que quero seguir.
É estranho e não deixa de ter uma pontada de presunção dizer que o Eu que escreveu aqui até finais de Novembro já não existe, mas é a mais pura verdade. Após a quebra das minhas certezas, dos meus sonhos ou da minha ingenuidade perante um Mundo ao qual nunca antes tinha estado exposta, passei por um tempo mais negro, solitário e dorido, no ter de aceitar e admitir que o que era verdade e certeza para mim nada era para outras pessoas envolvidas. Foi ainda mais difícil pelo enormes sentimentos de solidão e de angustia que me assolaram, foi uma situação que provocou uma catarse que não estava preparada para viver.
Poderia ficar no papel de vitima, aninhar-me na dor, na culpa, no julgar a mim ou os outros. Mas desta vez não o permito nem quero fazer, já perdi muito tempo fazendo isso no meu passado e nada resolveu, só adiou a solução do problema e me envolveu em dor e cicatrizes que duraram muito tempo a sarar.

Resolvi deixar de resistir à mudança, pegar no ser que sou Eu, e dar-lhe o direito de aprender mais sobre alguns assuntos que me fascinavam mas que ia sempre deixando para depois, como positivismo (que já vinha mencionando), aceitação de quem sou, o poder dos nossos pensamentos, a acção da negatividade, o desperdício de energia e tempo que é alimentar o sofrimento, a culpa e até o medo.
Claro que em pequenas doses tudo é necessário para o nosso integral desenvolvimento e crescimento, só o que nos faz tremer, sentir magoados, profundamente desiludidos nos faz repensar a vida e dar a devida importancia às bênçãos que temos no dia a dia e às quais quase nem damos valor. 
São esses sentimentos mais dolorosos e que ninguém quer viver, que no final são a força motriz que nos molda, que nos torna humildes, que nos faz aceitar a vida como ela é, numa aprendizagem feita de experiências e sabedoria que só o tempo trás. 
Mas alimentar esses sentimentos tempo demais só nos atrasa e prejudica. Considero que levei tempo demais a reagir, que muitas vezes fui impaciente por não aceitar muito bem a inacção em que viva, mas foi o tempo necessário para arrumar o meu eu, fazer a limpeza geral ao passado e aceitar a realidade sobre quem sou e onde estou neste momento. Aceitarmo-nos no somatório das nossas forças e fraquezas, ou no computo final do que temos feito à nossa vida não é fácil mas é necessário. Não ficou quase pedra sobre pedra, por isso, estou num momento em que as duvidas são maiores que as certezas, mas só existe uma saída, continuar sem desistir.

Ponderei muito sobre este blogue e na perda da linha condutora que antes existia, deixei os dias passarem, com a desculpa que no dia seguinte iria começar, passaram nisto dias, semanas.
Seria tão fácil o deixar morrer, o deixar abandonado sem postar mais nada, mas nunca considerei essa opção seriamente, só não sabia como recomeçar sendo eu outra pessoa. Tal como Fénix, morri na minha inocência em relação ao mundo virtual e as suas amizades, renasço agora um ser diferente, que quer continuar aqui de alma e coração, mas que ainda não sabe muito bem como o fará. Só sinto que devo continuar, que é importante destruir as barreiras que construi em torno de mim e me levaram a uma vida de quase reclusão e solidão.

Reparem que não falei em ódio, raiva, rancor ou vingança, não sinto esses sentimentos, não permito que ganhem força em mim, já bastou o medo, a dor e as duvidas.
Às vezes o meu ego quer mostrar o quanto estou bem e nem ai para o que aconteceu, mas são poucos minutos e nem lhe dou muito valor, eu quero ser feliz, não um ego solitário que quer estar sempre certo.
Li há alguns dias,  num blogue que visitei que quase todo o ser humano que escreve (ou tenta escrever) tem um quê de narcisista, de facto acho que é verdade, já viram a quantidade de posts em que começamos mais que uma frase com EU ou sobre nós mesmos. Ainda não sei bem se lhe poderei chamar de Ego, mas irei tentar ser mais nós (no plural, não no singular) e menos eu. Quero trazer a este blogue questões que façam pensar, sentir mas também contribuir para o nosso crescimento pessoal, se o conseguir este blogue poderá renascer, se falhar, ele morrerá comigo tentando.



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