No meu olhar vive a minha alma, calma, a minha saudade do que me fez e faz feliz, e mais do que tudo isso, o meu amor.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

A nossa Verdade




Sou distraia desde pequena, penso que é algo que já não irá mudar. Mas do mesmo modo que não vejo os detalhes, descobri que a minha memória guarda tudo, o que lhe dizem ou o  que ouve. Algumas dessas informações só descubro porque por algo banal, voltam à minha mente sobre a forma de recordações.

Talvez por ter essa capacidade, perco horas estudando as nuances do ser humano, não por que seja essa a minha área de trabalho, mas porque me fascina e me prende no seu mistério. Todo o ser humano é diferente e único, mas na grande maioria, nós queremos mesmo da vida quatro ou cinco coisas basilares e que são comuns a quase todos os seres humanos, amor, família, sucesso, saúde e dinheiro, não obrigatoriamente por esta ordem nem por esta escala de valor.

No entanto, eu hoje queria falar em algo, que todos buscam, prometem e defendem, mas que a cada dia parece mais difícil de encontrar na sua forma mais pura e genuina, a Verdade. 

Devo dizer que raramente desrespeito outro ser humano, pelo menos intencionalmente, não raras vezes tento não ouvir, não saber, mas a certa altura lá estou eu envolta no universo daquele ser. 

Acho maravilhoso e intrigante a Verdade, não porque não a ache essencial e fundamental na maioria das relações (sejam elas de amor, amizade ou trabalho), mas porque a nossa Verdade é única, ninguém ou quase ninguém partilharia a 100%, a nossa noção da mesma.


Como? Bem fácil, senão vejamos, a nossa Verdade é única porque vem normalmente recheada das nossas vivências, da nossa visão do mundo, das nossas crenças e da nossa personalidade. Não pretendemos mentir, senão não a poderíamos chamar de Verdade, mas frequentemente quando falamos, expondo o mais intimo de nós, utilizamos uma Verdade peneirada, refinada num crivo bem fino, protegida, bem pensada, muitas vezes apontando só levemente muitos dos nossos medos, inseguranças ou o que mais nos envergonha. Queremos a Verdade, mas mais do que isso, queremos ser um ser maravilhoso capaz de fazer os outros se interessarem por nós e nos darem a merecida atenção. 

Existe outra razão que nos faz continuar a ser donos de uma Verdade única mesmo quando baixamos a nossa guarda e nos desprotegemos, a nossa Verdade vem carregada do nosso olhar e do nosso eu, como seres especiais e únicos, só o nosso contexto, conhecimento, formação, maturidade emocional e sentimentos poderiam construir a nossa Verdade. Por isso, na maioria das vezes, quando a emitimos, mesmo em situações difíceis, ela tem o poder de nos libertar e dar força para continuar, pois cortada a corrente com o que nos enfraquece só nos resta subir um pouco mais na escada da nossa evolução pessoal.


Sem comentários:

Enviar um comentário