No meu olhar vive a minha alma, calma, a minha saudade do que me fez e faz feliz, e mais do que tudo isso, o meu amor.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Olá de novo



Sei que depois de tanto tempo parecia que já não iria voltar, mas como tudo na vida um dia as férias acabam e a vida de preguiça ou deixar andar também. As minhas acabaram esta semana, mas só hoje senti que poderia iniciar um novo capitulo neste blogue. O após a ida a Londres, o da minha nova vida.

Durante anos dediquei-me somente aos que amava e cuidava como já mencionei e deixei-me para trás. Como um jardim que não se cuida, embora possa permanecer bonito, algo exótico, puro e livre, aos poucos as ervas daninhas e outros males o invadem, no meu caso, eu deixei a minha vida me levar durante anos, não me cuidei no aspecto físico, só tratei da minha parte moral e interior. Chegou a uma altura em que já não vivia eu sobrevivia, e era somente feliz através dos que amava e de pequenos laivos de felicidade que chegavam até mim. 

Claro que sendo razoavelmente inteligente eu sabia que estava no caminho errado e com o tempo a solidão seria a minha única companhia, não me lamentando, era minha opção, mas tendo a consciência que assim que a minha filha partisse em busca da sua vida/lar, eu ficaria sozinha e esse momento aproximava-se bem mais cedo do que eu previa.

Quis o destino mudar isso, sobre a forma mais irónica possível, pondo em causa tudo o que eu defendi e fazendo me questionar até que ponto era capaz de amar sem cobranças ou certezas. Como dizem os ditos antigos, "Quem ama confia" ou "Quem ama liberta o outro para que ele possa fazer as suas próprias escolhas e livremente vir até nós". No meio das minhas reconquistas do meu eu e da minha vontade de voltar a viver, veio uma grande derrota.


Ver alguém que adoramos sofrer por amor é doloroso demais, principalmente quando essa pessoa é o ser a quem mais amamos. Faz parte do crescer diz quem sabe, mas se tivesse algum poder nesta vida jamais a veria passar por isso. Sei de cor todas as nuances de sofrer por amor e sinceramente mesmo fazendo-nos dar mais valor à vida, ao que conquistamos, aos momentos que partilhamos e a não ter o outro como garantido, jamais permitiria que ela o sentisse, mas quem sou eu para o decidir. Só me resta ser o ombro amigo, a outra realidade, a chamada à razão, a mãe e a amiga, mesmo que oiça o mesmo pela décima vez, mesmo que o meu coração se estilhasse de dor por a ver chorar ou sofrer.

No decorrer desta fase não tão alegre, mesmo negra em certos momentos, as minhas férias se aproximavam, era tanta a pressão e a necessidade de dar à minha filha esses últimos momentos antes de partir, que parei de escrever neste meu amigo aqui. Depois veio Londres, que falarei em outro post, e tudo de bom que poderia desejar. Mas todos os sonhos têm prazo de validade e o meu era só de 6 dias. Voltei com uma ultima recordação, uma gripe Inglesa, que durante uma semana me deixou um pouco em baixo, juntamente com ela veio também uma melancolia que acho que invade quase todos os que voltam de férias. E de repente era hora de voltar ao trabalho e aos meus compromissos.



Sinto que esta visita a Londres me deixou mais madura, segura de mim e pronta para ver o mundo noutra perspectiva, permiti-me usufruir da vida sem medos ou duvidas, permiti-me ser simplesmente eu sem bagagem do passado e livre para me deslumbrar. E foram 6 dias, de um sonho nublado mas sem chuva e nem tanto frio assim, que jamais esquecerei. 

Com o tempo notaram que vou voltar a estes dias e aos dias que nada escrevi, não os deixei em vazio somente por preguiça, a razão maior porque o fiz, foi porque o que sentia e queria escrever era demais para escrever em dúzia e meia de linhas. E seria quase impossível não misturar assuntos e tornar o meu relato confuso. Acho que mesmo assim, passados tantos dias não o consegui evitar.



2 comentários:

  1. Ana gostei muito do teu texto. É importante cuidarmos de nós, isso nunca deverá ser ignorado ou esquecido. Mas como nunca é tarde para nada, podes começar desde já ;)
    Gostei da penúltima imagem com a citação, muito verdadeira, o amor é o mais importante que tudo o resto
    Beijinho*

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  2. Sim, somos os grandes responsáveis pela nossa felicidade, de facto e andando um pouco atrás, somos os maiores actores no nosso sofrimento, outro alguém só tem o poder que lhe deixamos ter na nossa vida.
    Muitas vezes deixamos que o nosso amor por outro alguém, medos e dependências destruam o que mais queremos e nos causem um grande sofrimento. Eu vivi isso num grau tão elevado, eu aprendi com a minha dor, uma dor inútil que nada me trouxe de bom a não ser o despertar para o meu interior e uma nova realidade.
    Mas que fiz eu anos depois aos primeiros sinais de felicidade, exactamente o mesmo, o voltar aos medos antigos, ao sofrimento, mas desta vez o que aprendi não o deixou acontecer, pelo menos não o deixou passar a porta do inaceitável.
    Estou de volta à vida, ao mesmo tempo que tento ensinar a minha filhota adorada que amar não é sinónimo de sofrer, que amar é muito bom mas não é uma necessidade, que quando um amor acaba a vida continua e somos nós os responsáveis por encontrar o nosso caminho para a felicidade e não o da penalização e agravo da dor. A vida é uma aprendizagem, cada pedra no caminho é uma nova chance para equacionar o caminho, reforçar as nossas certezas e com a ajuda de Deus seguir em frente com um sorriso no rosto.
    Um grande beijinho
    E muita força porque sei que uma nova fase se aproxima na tua vida. :D

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