No meu olhar vive a minha alma, calma, a minha saudade do que me fez e faz feliz, e mais do que tudo isso, o meu amor.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Fazer limonada com limões secos




Neste pais à beira mar plantado estamos literalmente a espremer os últimos limões, já secos e maltratados para fazer limonada.
Continua-se a espremer os mesmos, os que já não tem mais por onde espremer mas que são os únicos que não podem fugir aos jogos e medidas do poder.

Vamos ter de apertar mais uns furos de um cinto que já não tem mais por onde apertar, chegamos ao ponto em que ter trabalho é um bem a preservar a todo o custo e que há muito já não é uma garantia que se possa fazer face às mais comuns despesas. 

Muitos vivendo sonhos iniciaram a compra de uma casa que hoje lhes condiciona a vida e é o seu descalabro, uma corrente pesada no seu pescoço ou já entregue ao banco. Outros tentam a todo o custo chegar a todas as despesas mas a cada golpe deste desgoverno sentem que em breve isso deixará de ser possível. 

Em breve, estaremos a viver a vida dos nossos avós, dividindo uma sardinha não sei por quantos e comendo carne em caso de doença  (estou a ser dramática, mas em quantos lares de Portugal o que se vai comer no dia seguinte é uma incógnita), sinto-o principalmente pelas crianças e jovens, criámo-los com tantas ilusões e visões de oportunidade, que esta realidade parece incompreensível e difícil de aceitar, principalmente quando o seu futuro está em jogo e só Deus sabe como será, pois com tantas más novidades nós deixamos de conseguir prever o que ai virá.


Sei que vivemos durante anos além das nossas posses e muitos julgaram que o pote dos fundos da União Europeia no fim do arco-íris não teria fim, que fomos incentivados a não produzir e a viver de subsídios para o não fazer. Que muita da nossa industria não sobreviveu e/ou foi vendida a capital estrangeiro, que somos um pais com dificuldades em exportar os nossos produtos, mas que existem vários casos de estrondoso sucesso, como o do calçado ou do papel Renova.

Sinto viver num pais em que o que importa é resolver o défice cortando cegamente, atacando principalmente a média burguesia, que diga-se de passagem há muito deixou de existir. Corta-se (nos ordenados ou apoios) e aumenta-se (os impostos e os bens)não se importando com a forte perda de qualidade de vida (a mínima qualidade de vida, pois era nessa que já vivíamos) nem com a perda dos poucos bens que durante anos muitos lutaram por conseguir e manter.
Já éramos um pais de "jovens/velhos" de quarenta anos a serem ajudados pelos pais, mas agora quem tem dinheiro para ajudar a quem? Como vamos nós ajudar os nossos filhos? 

Sinto viver num pais que para se curar resolve tomar o remédio em dose letal,  empobrecendo o seu povo, matando as suas pequenas e médias empresas e o interesse no investimento por capitais internos e externos, incentivando mais uma vez a fuga de cérebros, jovens e mão-de-obra.

Não ligo a politica, não gosto de escrever sobre a mesma, não gosto de pessoas que utilizam o seu poder sem o mínimo de humanidade e respeito pelo próximo, onde se  fazem jogos de poder e influencia e a palavra nada vale. No entanto, ao longo dos anos exerci sempre o meu dever/direito de votar, tenho formação em gestão logo o básico conhecimento e sinceramente e infelizmente tudo o que aqui escrevo é a mais pura verdade. 
Portugal encontrava-se a um passo do abismo e com estas medidas deu um passo em frente e quase todos vamos sofrer com isso. E pensar que a crise é mundial, imagina se fosse só nossa?








2 comentários:

  1. Realmente encontramo-nos numa situaçao deprimente. A parte mais triste é que quem paga as coisas é sempre a classe media ou media-baixa... os nossos governantes deviam olhar para as suas carteiras antes de fazer cortes, pois infelizmente sao dos poucos a ter possibilidade para suportar muitas destas medidas sem prejudicar grande coisa o seu estilo de vida!

    Enfim, que Deus nos ajude ^^'

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  2. Estou orgulhosa, filhote de orca sabe comentar :D
    Filhote está crescendo e se tornando adulto, Urso Pardo contente com a mudança, mil beijinhos à esquimó para a jovem linda que me visita ;)

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