No meu olhar vive a minha alma, calma, a minha saudade do que me fez e faz feliz, e mais do que tudo isso, o meu amor.

sábado, 1 de outubro de 2011

Meu primeiro ano de Facebook

      
      Ao longo de meses, talvez anos, recebi convites por email, para aderir ao facebook, quase a totalidade dos meus amigos e família já tinham aderido e eu continuava a recusá-los sumariamente. 

      Até que uma razão estudantil e para mim justificada levou-me a criar a minha conta, e embora o facebook nada nos diga sobre quando aderimos ao mesmo, eu guardei o email da sua criação. Neste dia,  hà exactamente um ano atrás eu aderi à minha primeira rede social.

     Durante este ano a minha vida deu uma volta de 180 graus, actualmente tenho conta em várias comunidades e, como já disse anteriormente, amigos espalhados pelos cinco continentes. Hoje quero falar sobre esta mudança radical, que tomou por completo a minha existência, assaltando o meu coração de surpresa, pois em tão curto espaço de tempo entraram na minha vida muitas pessoas a quem hoje chamo de grandes amigos, amigos especiais ou simplesmente amigos. 



     A ultima prova dessa evolução foi a criação deste blogue. Criei-o depois de durante vários meses ser leitora assídua de muitos outros. Iniciei essa leitura pelos blogues das meninas/ mulheres que se armaram de coragem e provaram que o amor não se mede em quilómetros ou ausências, mas sim em partilha, emoções, sentimentos e esperança, depois foi um clicar constante em tantas outras páginas que as mesmas publicitavam.


    Existe sempre uma razão por trás de cada pesquisa que fazemos neste mundo da web, neste caso, muitos dos grandes amigos que fiz professam o Islamismo, eu queria saber mais, entender e respeitar melhor aquelas pessoas que diariamente me falavam do seu amor à religião, dos seus princípios, das suas vidas e me tratavam com tanto respeito e carinho. Aprendi muito mais do que esperava e hoje sei que a minha tolerância, compreensão e respeito para com essas pessoas, enriqueceu e tornou -me um ser humano muito melhor. 

   Deixei de lado algumas ideias pré-concebidas (nunca tive muitas, tento não as ter habitualmente, aprendi há algum tempo que existem sempre duas faces para a mesma moeda, e se só nos é dada a conhecer uma, a outra fica quase sempre por explicar e entender), devo admitir que eu senti na pele o preconceito quando os mencionei em conversas com outros amigos, que erradamente considerava tolerantes e com uma mentalidade aberta. Outros felizmente revelaram-se verdadeiros amigos, interessaram-se e respeitaram as minhas opiniões.

   Voltando ao Facebook, e ao meu primeiro aniversário nessa rede social, iniciei essa ligação com o firme propósito de só aceitar amigos da Universidade, passar lá o mínimo tempo e não aceitar como amigo pessoas que não conhecia. Santa ingenuidade, em pouco mais de 3 dias tinha caído na patetice de experimentar o farmville, o jogo das farms que tantos jogavam, desse parti para outro, depois outro, (nem sei quantos jogos diferentes joguei durante os primeiros meses)  e em pouco mais de uma semana estava viciada, mal dormia para cultivar, colher, alimentar e fazer as quests que se apresentavam. 

      Aqueles jogos tornam-se verdadeiros donos de nossas vidas. Por servidão aos mesmos, eu que só queria amigos da Universidade vi-me convidando pessoas que nem fazia a mínima ideia de onde eram quanto mais quem eram. Os jogos consumiam literalmente todo o meu tempo livre, era vitima amorfa dos mesmos, pois tinham o poder de me libertar da realidade, numa dosagem de felicidade e esquecimento quase semelhante a uma droga ilegal. Em pouco tempo deixei de procurar e adicionar novos "amigos", tinha crescido tanto em vários jogos que era a vez de me convidarem a mim. 

    Sempre aceitei todos os que me pediram e seguia por norma a regra que todos os que adicionava jogavam. Com o tempo descobri que nem sempre isso era verdade, descobri também que alguns grupos de jogadores constituíam verdadeiras famílias, partilhando e ajudando-se mutuamente e essa ajuda estendia-se para além dos jogos. 


     Usávamos frequentemente o chat para pedir alguma coisa para terminar as nossas quests, por isso, quando surgiu o primeiro amigo que não jogava fiquei um pouco sem saber o que fazer, como era estrangeiro, começamos a trocar ideias, outra paixão minha surgiu, a paixão de aprender, comecei a falar durante horas e deixei de jogar de forma compulsiva e comecei a utilizar o meu Inglês (ás vezes macarrónico) para conhecer novas culturas, povos, tradições e especialmente pessoas.

   Facto cómico ou irónico, como queiram, um ano depois só adicionei 11 amigos da Universidade e se acedi à página do meu curso umas 20 vezes foi muito, poderia dizer que  só venho ao facebook raramente, mas mentiria, passo diariamente mais de 3 horas no mesmo.  


       Considero que esta adesão foi muito positiva e feita no momento certo, pois abriu os meu olhos para um mundo que não conhecia  e permitiu-me  fazer o que adoro na vida, aprender. No entanto, se alguém hà um ano atrás vaticinasse o caminho que percorri, teria respondido: Impossível, nunca, isso não vai acontecer.





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